quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Chiloé, a ilha dos encantos






























Quem me falou pela primeira vez com entusiasmo de Chiloé foi o Gustavo, amigo argentino radicado em Floripa. Ele rolava no chão lá de casa com meu cachorro e contava da isla mágica, de seus pescados, do Pacífico azul e outros encantos. Desde então esta porção de terra, localizada na metade sul do Chile, onde a América se debulha em centenas de ilhas, virou um destino obrigatório para mim. Quase mítico.
Hoje pela manhã atravessamos de balsa o canal de Chacao e desembarcamos neste reduto de bons pescados, lãs fantásticas e uma gente muito acolhedora. Andamos 100km de estrada boa para chegar a Castro, capital da Isla Grande de Chiloé. Cidade pequena graciosamente desorganizada e colorida. As casas de madeira e palafitas com cores vivas dão peculiaridade a um lugar onde a vida anda lenta como os barcos que se enredam no arquipélago. É a terceira cidade mais antiga do Chile, fundada em 1535. Suas muitas igrejas, invariavelmente construídas em madeira, são espetaculares. A catedral foi tombada como Patrimônio da Humanidade.
No Mercado de Artesanias, o povo chilote exibe com orgulhos suas lãs, extraídas de suas próprias ovelhas, fiadas e tecidas na forma de blusas, gorros, palas, mantas, bonecas. Tudo rusticamente requintado.
Mas não ficamos em Castro. Ali apenas matamos a curiosidade sobre o famoso salmão pescado pelos locais. No Palafito, suspenso sobre o canal, pedimos o peixe “a la plancha”, simplesmente grelhado para que nada disputasse com seu sabor. E o salmão quando é fresco realmente é diferente do que consumimos no Brasil, normalmente chileno. É mais leve, com sabor mais definido e menos adocicado. Fantástico.
Fizemos a digestão na estrada. Fomos para outra cidade da ilha, Ancud, empurrados pela intuição da Soninha. Cidade parecida com Castro nas cores e palafitas. O centro é mais confuso, com ruas estreitas, um pouco sujas e com pobreza mais evidente. Mas é gostosa, acolhedora e com natureza mais exuberante.
Na frente do Mercado Municipal descobrimos um anúncio de tour a uma pingüiñera. Descobrimos o que nenhum guia de turismo havia contado. Na Islota Puñuhuil há uma pingüineira, apenas 40 minutos da cidade. Trinta e poucos kms, a maior parte sem asfalto e com muitos buracos, contornando praias capazes de impressionar até quem está acostumado com Floripa.
Na praia de Puñuhuil, rodando pela areia mesmo, pescadores artesanais nos oferecem o tour até as ilhotas logo em frente, onde as aves desengonçadas se reproduzem. Embarcamos na lancha com roupa impermeável e por 40 minutos nos divertimos com os pingüins e, de quebra, lontras, cormorões e muitas gaivotas.
Puerto Montt
Antes de chegar a Chiloé dormimos em Puerto Montt. Cidade grande de frente para o mar e de costas para o vulcão Ozorno, que se enxerga de quase toda a cidade. É uma cidade de passagem para navegadores e viajantes. Na verdade, historicamente sempre foi assim. É bonita e tem tradição de servir bons frutos do mar no centro Angelmó, uma palafita de três andares onde dezenas de restaurantes minúsculos disputam a clientela que se refestela com salmões, mariscos, camarões, curantos (prato típico da região). São muitos restaurantes apertados em verdadeiros labirintos. Nenhum tem mais do que 4 ou 5 mesas. Os clientes sentam-se em banquinhos, pois cadeiras ocupariam muito espaço. Alguns estabelecimentos parecem ter higiene comprometida. Mas em geral a comida é boa e o ambiente divertido.
Ano novo
Viramos o ano ainda em Pucón, a cidade do vulcão. Perto da meia noite local (uma hora depois do Brasil) jantamos com reserva antecipada num restaurante da rua principal. Menu especial onde se destacou um tartar de krill (espécie de camarãozinho que alimenta as baleias) com tomates e abacate. Excepcional! O prato de fundo era um filé divinal, com molho e queijo e azeitonas acompanhado de batatas com roquefort. Logo depois do sorvete artesanal de framboesa com calda de menta aceleramos o passo para chegar na praia do lago, para a queima de fogos.
Umas 10 mil pessoas (o dobro da população da cidade) se acotovelou na preta areia vulcânica para ver um espetáculo pirotécnico de 20 minutos que não deixou nada a dever às festanças de Floripa.
Foi um réveillon em grande estilo.

6 comentários:

Anônimo disse...

Adorei a foto das bonequinhas!!
beijos

Unknown disse...

O reveillon deve ter sido mesmo da melhor qualidade!
Sugestão: deixem um pouco de lado os peixes (salmões) e afundem o pé nos outros tipos de frutos do mar. São fantásticos. Experimentem de tudo, mesmo aqueles com aparência um pouco estranhas.
Vão fundo! Beijos,
Guilherme.

Redação Plano E disse...

Adri me passou o link e eu já estou de carona no blog acompanhando a aventura de vcs.
Abs.

Anônimo disse...

As fotos já nos deixam sem ar com "tamanha" beleza. Impossível não se encantar e até tentar imaginar os locais, ainda mais com os relatos detalhados como legenda, srrsr.
A única coisa que "choca" o coração é o poema do Neruda. Sem palavras! Às vezes, achamos que estamos gozando da vida, mas perdemos as oportunidades nas coisas simples do dia-a-dia. É para tê-lo em mente e viver intensamente as paixões, o que vocês fazem e, de certa forma, nos impulsionam neste momento.
Abraço do novo ano

Anônimo disse...

estamos encantados com o que estamos vendo/continue assim

bjssss
bjssss
bjssss
bjssss

voltem logo que a saldade ta grande e o barte da enchendo o saco aushaus

Anônimo disse...

Como disse o Guilherme, nao voltem sem provar o "picoroco", mas tem que olhar o "animal" vivo antes de degusta-lo.
Grande Abraço a Voces e nao se mixem
Claudio e Deyzi