sábado, 22 de dezembro de 2007

Avante e para o alto!







No terceiro dia de viagem superamos duas marcas interessantes. Vencemos os primeiros 2 mil Km rodados e ultrapassamos a altitude de 2 mil metros acima do nível do mar. Tudo num dia em que se esperava monotonia, rodar para alcançar Mendoza.
Quando estacionamos por volta das 18 horas locais em Vila Dolores, assinalamos 2.137 km rodados em 29 horas de estrada, sendo que 26 em movimento. Com velocidade média de 81km/h chegamos à jeitosa região de Translasierra, na província de Córdoba. É um conjunto de pequenas localidades onde veraneiam argentinos abonados, especialmente vindos da cidade de Córdoba. O lugar fica no pé de uma cadeia de montanhas rochosas que formam o Parque Nacional Quebrada Del Condorito.
A maneira como chegamos aos 2.174m de altitude foi peculiar. O GPS, ou Amália, para os íntimos, nos conduziu soberbamente para fora do cento de Santa Fé e nos colocou em estradas comuns onde os nativos dirigem aloprada e perigosamente. Percebemos que o caminho indicado como “mais rápido” não era o óbvio dos mapas impressos. Mas, como tudo ia bem, resolvemos deixar a constelação de satélites nos guiar. E seguimos pelas planícies infinitas. Lá pelas tantas o aparelho indicou entrada em uma estrada de chão de pouco mais de 1km. Era um atalho até uma rodovia principal. Ficamos escandalizados com o capricho.
Depois de enfrentar nosso primeiro genuíno bife de chorizo num restaurante muito limpinho na beira da estrada, a paisagem começou a mudar subitamente. Tínhamos entrado na Ruta 20, nitidamente uma serra que subia muito rápido. De repente nos encontramos em frente a um observatório astronômico e continuamos acelerando (bem pouquinho) pelas curvas agudas e estreitas. E não parava de subir e a estrada serpenteando entre montanhas rochosas.
Ficamos imaginando aquilo no inverno. Tudo fica coberto de neve, aquela estrada escorregadia. Viva o verão e o calor de mais de 30 graus de hoje! Chamou a atenção naquela terra habitada por condores (que, aliás, não apareceram) algumas casinhas encarrapitadas no meio das pedras. Como vive aquela gente? Tem água? E no inverno?
Descer a serra para o plano dos 600m de altitude foi tarefa difícil. Deu maior medo de dirigir na beirada dos penhascos que pareciam querer nos engolir. Embora a estrada tenha pouco movimento, puxamos na descida uma fila de argentinos afoitos que devem ter nos chingado muito. Preferimos pensar que não os atrapalhamos. Ao contrário, salvamos suas vidas.
Foi ótimo não termos pego a estrada “normal”. Pode ter sido uma viagem mais lenta, mas a paisagem tirou nosso fôlego e compensou. Aliás, viemos para fazer coisas diferentes. Que continue assim.
Vila Dolores, de onde postamos, fica no final da Translasierra. O hotel é pequeno, com bom atendimento e ar condicionado para aplacar o calor estorricante. Amanhã cedinho voltamos para estrada. Mais uns 400km e estaremos em Mendoza.

4 comentários:

Anônimo disse...

Visitamos D. Norma outro dia e ela comentou sobre a viagem de voces.
Estaremos acompanhando. Abraços!
Tondo & Julia

Malu disse...

Oi, gente. Talvez vcs não lembrem de mim... Bom, foi a Fabica que me falou do blog. Fiquei muito feliz por vocês! Tenho certeza que a viagem vai ser marcante. Estou adorando as fotos por ora. Um beijo para a Amália e para o Capitão Rodrigo. Divirtam-se!
Malu Echeverria

Anônimo disse...

Oi!
Nossa que lindas as paisagens, todo dia to passando aqui pra dar uma espiadinha e ver como anda a viajem de vocês.
Já estamos com saudades, principalmente um serzinho de quatro patas que não para de uivar a noite aqui no morro, mas estamos cuidando bem dele, pode continuar sua viajem tranquilos.
Saudades de vocês e até o próximo post!
Beijos!

Anônimo disse...

Gastãozito,
Fiquei sabendo da viagem pelo Frank na festa dos jornalistas em Floripa. Fiquei muito feliz por vocês e, principalmente, pelo roteiro escolhido. Também estamos planejando ir ao Chile, embora com menos aventura, rsrs.
Um abraço, Manu