segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Paisagens, vinhos e empanadas












































As diferenças de paisagem são marcantes nos caminhos entre Vila Dolores e Mendoza. As estradas são boas. Primeiro costeia a cadeia de montanhas da Sierra e, repentinamente, numa guinada para o sentido oeste pela Ruta 20, encontramos primeiro um pampa imenso, plano com retas intermináveis. Não há criaturas visíveis na beira da estrada e o movimento é escasso. Depois o cenário fica mais árido, terreno arenoso e uns arbustos espinhentos que lembram bem o serrado do Brasil. Esta paisagem é pontilhada por alguns rebanhos de cabras que exigem atenção dos motoristas (vez que outra se encontra uma atropelada) e por umas casinhas perdidas na imensidão. Habitações quadradas, invariavelmente com laje e sem telhado, muito pequenas. Nas imediações da cidade (Mendoza tem quase 1 milhão de habitantes) o trânsito fica agitado e a paisagem nos oferece, de longe, a primeira visão da Cordilheira. Um belo cartão de visitas.
Plátanos
Mendoza é encantadora. Todas (sem exagero) as ruas da região central são fartamente arborizadas por plátanos que transformam as vias mais estreitas em verdadeiros túneis de árvores. É lindo. Os dias estão muito quentes por aqui e o ar é muito seco, exigindo que a garrafinha de água seja companheira permanente.
Instalamo-nos num apart hotel (departamentos turísticos) amplo e confortável, com preço acessível e privacidade. Bem no centro, pertinho da infinita avenida San Martin, que corta a cidade de um lado a outro, kms a fio.

Vinhedos
Há duas coisas essenciais para se fazer em Mendoza. Ver as vinícolas e conhecer o Cerro Aconcágua. Também tem uma série de pequenos museus e outras atrações interessantes, mas vinho e montanhismo são o coração de tudo. As vinotecas são muitas e há aqui as co-irmãs dos surf-shop, as montain-shop, onde se compra equipamentos e roupas para alpinismo.
As duas principais atrações turísticas foram cercadas por um cartel de agências. Com complacência do poder público. Visitar vinícolas ou a montanha sem ser em excursões é muito difícil e, obviamente, elas são caras.
Nos insubordinamos ao esquema e saímos na manhã de domingo para ver as bodegas, de carro, na direção da cidadezinha de Lujan de Cuyo. Todas fechadas. O que não chegou a ser um problema. Por dentro, quem conhece uma, conhece todas. E elas são muitas, dezenas. Das grandes e famosas às familiares. E os vinhedos são lindos. Logo descobrimos que quem tem interesse pela diversidade de vinhos precisa conhecer as vinotecas. Nelas se encontra uma variedade de rótulos impressionante. Para os apreciadores, estes lugares são parada obrigatória.
Alguns rótulos conhecidos no Brasil são tratados com enorme desprezo pelos someliers locais. É possível encontrar prateleiras inteiras de vinhos esgotados, especialmente das cobiçadas safras de 2003 e 2004. E preços bem razoáveis. Perguntamos ao dono de uma vinoteca sobre rótulos desconhecidos, de pequenos produtores. Ele abriu um sorriso e decantou uma lista de sugestões que, garantiu, vão surpreender quando se tirar a rolha.

Comidinhas
Em Mendoza se come na rua. Os restaurantes colocam mesas sob os plátanos e as calçadas ficam cheias de gente comendo e bebendo, muitas famílias, grupos de idosos ocupando várias mesas agrupadas e a gurizada adolescente, que é igual em qualquer parte do mundo.
Os cardápios não são muito variados, mas os pratos são fartos e muito bons. No Ché Paolo, na San Martin, o garçom desinibido nos trouxe duas empanadas de carne, coisa típica da Argentina. Uma delícia! A massa quase dura de tão crocante, com sabor delicado, e um recheio de carne com muita personalidade, picante, mas não agressivo. Um conjunto harmonioso e singelo. O ravióli de verduras com salsa de fileto estava muito bom e apetitoso. Mas foi a lembrança da empanada que levamos para mais uma noite de sono.
O Aconcágua é uma expectativa, mas como fica no caminho para o Chile é uma tarefa para mais adiante.

5 comentários:

Daiani Ferrari disse...

A descrição de cada lugar, cada sentimento ou experiência, mais a beleza das fotos, dá uma vontade de estar no lugar de vocês... boa viagem... bom natal no meio da estrada.
Acompanho sempre o blog...
Abraços

JosiVill disse...

Lindas as fotos! Estou adorando viajar com voces.

Por hoje so desejo um Feliz Natal para os dois.

Kisses

Anônimo disse...

Oi tia e tio. As fotos tão da hora!
E ai? como v6 tao? tah correndo td bem? fiquei sabendo desse blog aqui agora, achei massa pra caramba. E o meu presente de nata? uaoeiuieuieuieauea!!
Que tal trazer um MP4 do paraguai????? Nem pesso nada.. mas como tive a oportunidade, hehe

falow

Anônimo disse...

Maravilhosas as fotos...
acho que vocês estão aproveitando muito!!

Um feliz natal, e ummmmmmmmm beijo muito grande!! Da Lála, da Isá, Francisco e Tânia...

Anônimo disse...

Hum... vinhedos... uva... vinho!!!
Ergamos as taças!
Tim-tim!
Sandra R.