quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Natal com neve a 3 mil metros de altitude

Nosso presente de natal caiu do céu. Neve em pleno 25 de dezembro. Haviamos deixado há alguns minutos o Parque Nacional do Aconcágua um pouco frustrados porque o tempo fechado não permitiu uma visão total do “Cume das Américas”. Mas as mesmas nuvens que taparam nossa visão despencaram em flocos brancos logo adiante, antes de cruzarmos a fronteira do Chile.
Não foi assim uma nevasca de branquear tudo. Mas se fosse na Serra Catarinense renderia uns três dias de matérias na RBS. Foi mais do que suficiente para nós irmos além da extrema excitação que nos acompanhou desde a manhã, quando deixamos Mendoza e pouco a pouco fomos entrando em uma paisagem que se desdobrava em montanhas áridas, um rio de água barrenta de degelo que desce das montanhas e alguns picos, os mais altos, com a delicada coroa branca de gelo.
Em Puente del Inca, pequeno povoado com uma estação de esqui, almoçamos bem. Raviolis a bolonhesa. Dois km depois entramos no Parque Nacional para fazer a caminhada de uma hora que leva ao “Mirador Del Aconcágua”. É o limite para quem não tem “permisso” para chegar mais perto do cerro. As licenças são vendidas para quem quer fazer trekking de um ou mais dias e para alpinistas de todas as nacionalidades, que estão sempre chegando em grupos, e são bem caras. E entrar parque a dentro exige preparo físico, pois a altitude do parque está a mais de 3 mil metros e o ar já fica um pouco escasso.
Do mirador vimos só uma parte da face sul da montanha de quase 7 mil metros (só é menor que o Imalaia). As nuvens bloquearam a visão da totalidade, mas pudemos ter a sensação de se sentir pequeno e compreender o quanto o alpinismo é radical e profundo na sua relação com a natureza. Na saída, cruzamos com um alpinista que estava há mais de um mês na montanha e com um brasileiro, torrado pelo sol, que pediu carona de volta para Mendoza. Tinha subido até o topo.
Fronteira
Cruzar a fronteira do Chile é um desafio aos nervos. Os agentes aduaneiros são rigorosos e carrancudos. A burocracia é minuciosa. A revista das bagagens é detalhada e feita, inclusive, por cães farejadores. Um enorme labrador colocou seu focinho sobre nossas malas antes de nos deixarem avançar pela estrada Libetador e encontrar o trecho famoso e desafiante conhecido como Caracoles. É uma sucessão de curvas fechadas em declive acentuado. Os caminhões, que são aos milhares ali, felizmente estavam comemorando o Natal em algum lugar, deixando a passagem tranqüila.
Antes de iniciar a decida, paramos para ver a Laguna Del Inca, espelho de água azul entre montanhas nevadas, em Cerro Portijo. Fica ao lado de um hotel e estação de esquis onde, no inverno, se encontram endinheirados de todo o mundo.
Depois do Caracoles a estrada fica até sem graça, e assim chega a Santiago, onde o trânsito é caótico. O mapeamento de GPS praticamente não existe, de forma que foi decifrando mapas impressos que chegamos ao hotel España e sua decoração neoclássica, mas com preços razoáveis. Chegamos no final do dia e nem saímos do hotel. Dormimos profundamente, sonhando com as paisagens estonteantes que percorremos.
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Nossa véspera de Natal, em Mendoza, foi engraçada. Jantamos num restaurante (na rua, sob plátanos, para variar) que não estava preparado para noite de festas. Estava quase faltando comida. O garçom nos sugeriu uma pizza que haviam feito pra outros clientes que não tiveram paciência de esperar. Topamos, por via das dúvidas. Conhecemos um gentil casal de chilenos que nos deu dicas sobre Valparaíso.

3 comentários:

Anônimo disse...

haaa
entao o natal foi bom

:D

Anônimo disse...

E esta neve é deliciosamente
Latina...
Bjão da Sandra R.

Unknown disse...

Óla,meu nome e Neusa eu e minha familia estamos em ferias ,somos de Rio Branco acre ,estamos na argentina Buenos Aires,estamos indo pra Mendonza ,dps pro Chile,Peru,Iquiqui ,e Bolivia ,gostei muito do seu post ,vou até ler pra minha familia.Obrigada e que Deus lhe abençoe grandemente !